Thursday, November 22, 2007

Juízo final



Sinto que cumpri a minha missão.
A espera, mesmo que me torne impaciente, faz algo de novo.
Faz-me crescer.
Sempre pensei que fosse transparente aos olhos dos outros e que por mais que acenasse, saltasse, chorasse... permanecia dessa forma.
Justo ou não, hoje foi o juízo final.
Muitas coisas guardei, sem emitir qualquer som...corroía-me por dentro...revoltava-me...tornava-me num ser estranho.
O reflexo no espelho era bizarro. Não familiar.
O caminho foi traçado.
Aproveita-o agora. Não deites tudo a perder.
Não há nada como a bonança.
Afinal existo.


Saturday, November 10, 2007

Viagem




Coisas estranhas voltam a entrar...no meu mundo.
O meu tempo é contado. Minuto a minuto, segundo a segundo, deixo e faço questão que fiques para trás, arrumo os pensamentos, as ilusões ficam quase que esquecidas numa gaveta que ainda não consegui fechar...
Esta contagem é a fuga para o meu convencimento de que tudo passou, tudo se esqueceu, nada é real.
Despertaste-me!
O teu perfume de uma vida passada tornou-se tão presente.
Fiz uma viagem no espaço e no tempo...sem sair do lugar.
O cheiro... que se resume ao cheiro a nada, a ausência de ti.
Continuo a não saber a razão da minha existência.


Thursday, October 18, 2007

Memorias





Começa uma nova etapa.
Aceito o facto de não poder controlar as situações.
Um pouco à deriva, percorro caminhos estranhos
que curiosamente não me levam a lado nenhum.
O dia passa a noite, sem motivo aparente.
A noite transforma-me, prende-me às recordações e fá-las renascer.
O dia dissimula e atenua a dor que se torna constante e insuportável.
Arranco-te todos os dias da minha pele…
Mas no dia seguinte…

Continuas lá.


Tenho esperança que um dia deixe a porta semi-aberta 
e que tenhas fugido para sempre…




Tuesday, September 25, 2007

Assisto-te




Sinto falta de ti
Daquele sorriso que me diz
que sabe o que me vai na alma
Daquele olhar penetrante que me aflige
e me acalma ao mesmo tempo
Sei que o tempo não volta atrás
Que as palavras não se retiram
Que os gestos não se apagam
Sei ainda mais
Que os sentimentos perduram
e que têm que adormecer obrigatoriamente...
Fingir que nunca te toquei
Esquecer que existo
doi mais
do que morrer de verdade...
Assistir-te na primeira fila
é pura tortura doce...

Monday, July 23, 2007

Fragil(mente)





Difícil
Definitivo e doloroso
Escolha ou ordem?
Sentido obrigatório
Segue em frente, não olhes para trás
Não esperes mais
Se assim tiver que ser
Será...
Corruptamente honesta me sinto
Fragilmente cedo
Adeus não é uma despedida
É a entrada para uma nova vida.

Wednesday, July 4, 2007

Maravilhosamente assustadora...





Insignificante
Desprovido de conteudo
Superficial
Objecto
Sedutor
Atractivo
Perfeito
E assustador
Tudo isto é resultado de ti
Eu estou cá dentro
Existo
Sou muito mais
Eu sou cá dentro.

Wednesday, June 13, 2007

Intensa(mente)




Sinto...

o que penso...
Penso...
o que sinto...
Intensamente...
Cada vez mais tenho a certeza
Que o inferno me vai consumir
Fazes-me rir
Quando me apetece chorar
Fazes-me chorar
Quando me apetece fugir
O primeiro olhar é sempre por dentro
Aquele olhar clínico
Que sabe ler os meus sinais
Se fugisse
ficaria longe
e talvez segura
E se eu ficasse?
Será que viver é a causa da nossa morte?


Sunday, May 27, 2007

Jogo corrupto


Angustia que me consome
Corpo que se alimenta da tristeza
das feridas mal saradas
Amor, doença terrível que nos deixa sem cérebro
sem personalidade
que nos molda
que nos corrói
que nos destroi

que por momentos nos deixa feliz
nos engana pela doçura, pela adrenalina, pela segurança, pelo passado...
a paz...a sinceridade.
Amar é uma mentira sincera
Amar é um jogo de mentiras e de promessas

Onde só ganha quem cede
Quem aceita em silêncio
Quem é cego
Perde quem rasga o casulo
Quem volta a ver
Quem usa a razão
Quem prefere não entrar nesse jogo corrupto
Entrego as cartas...


Thursday, May 3, 2007

Morte Súbita



Ter é possessivo
Inconstante
Confunde-se com posse
Verbo do poder supremo
Que se transforma num
sentimento estranho de impotência
Um ter cobarde
Abutre maldito que persegue
um corpo vivo sem vestígio de entrega
Coração partido que pinga medo
de um passado presente
Abutre maldito cego e faminto
Guerreiro sem espada que não se entrega
Nem foge
Deixa-se ficar
Ficar é perder
Ficar é defender a morte
É querer morrer.


Thursday, April 12, 2007

Segredo




Caminho, deambulo, sem sentido
Uma máscara que cai e desvenda o segredo
Despida reconheço e sinto que nao posso fugir mais,
Nem esconder,
Aquilo que há de mais verdadeiro, de mais puro.
De olhos bem abertos
atiro-me do precipício.
Se não o fizer, ficarei esquecida
O vento não tocará o meu cabelo,
a vertigem não tocará o meu peito.
De olhos bem abertos,
agarro com todas a forças a minha razão,
o sentido, o que é inevitável, o que é certo,
o que escondi com unhas e dentes
...e que quase me matou.

Vazio


Um vazio cheio de nada
Recomeço que se perde de tanto querer
Suspiro mudo que esconde a tristeza
Sorriso que cega a dor
Felicidade encenada que camufla a vontade de fugir
O passado que se agarra a pele
deixa marcas que apodrecem com o tempo
Quando o vazio esquece-me
As borboletas vertiginosas percorrem o corpo
Acompanham-te e mostram-me
Que o vazio pode morrer hoje
O impulso estonteante e enganado pela mente
luta por um controlo efémero
O vazio que esta cheio de nada...
podia estar cheio de ti.



Tuesday, April 10, 2007

Madame Butterfly Welcomes

Podem entrar...
e agora que entraram no meu mundo, uma marca foi deixada para sempre...
espero que voltem e que me deixem novas marcas de vida, de sabedoria e de amizade...